Crônica sobre minha irmã. (Thiago Falosi)
Vai passar nessa avenida um samba popular. Assim vivia desde que se entendia por gente, fazia e trazia consigo a maior cultura popular que conhecia, andava aos beijos e abraços da sua memória e se orgulhava daquilo que parecia ser sua maior virtude. Maria. A verdade era Maria e sua certeza de que fazia o bem sobre o mundo e, portanto, mereceria ao menos o respeito alheio.
Vida sempre baseada nos preceitos e conceitos do nacional, sempre figurou as páginas dos melhores ambiente do samba de primeira, tida como rainha da Lapa, Mangueira, princesa da Portela, Estácio de Sá. Fazia com eximia maestria o caminho entre todos os berços da boa e clássica cultura carioca-brasileira, da qual era defensora e admiradora. Mesmo assim, via falhas no relacionamento e na vida dessa cultura, se via por diversas vezes entre as melhores e piores sensações da vida, o medo iminente de não enxergar somente o melhor disso era angustiador.
Para evitar este tipo de coisa resolveu deixar tudo de lado e estudar a fundo seu estilo fechando-se em seu pequeno universo. Virando um caso de terapia, mesmo assim, se via tão inserida que passou a se confundir com o meio e se tornou à primeira mulher formadora de um grupo, não de música, mas de cultura, coordenava tudo e vivia a emoção dos seus companheiros como se fosse a sua.
Indiferente aos anseios da vida pop foi se esquecendo do que estava ao seu lado e se fazia cada vez mais de emissária das bandeiras da vida nacional, conquistando cada vez mais adeptos e admiradores, flertes eram comuns, mas nem sempre necessários. Seus seguidores a julgavam muito feliz e muito boa pessoa, apesar de algumas amarguras e indecisões se formou uma unidade e os poucos ao seu redor entendiam suas fraquezas e franquezas, enfim, estava rodeada de bem querer.
Todavia, mesmo envolta nessa sensação que reconfortava seu espírito ele nem sempre sentia essa vontade louca de ser a melhor o tempo todo, foi largando seus sonhos aos poucos e investindo suas fichas somente nos melhores aspectos a seu ver e viveu. O que tirou disso? Ninguém ao certo sabe, mas Maria continua vivendo a esperar o momento em que terá de fato um bom motivo para adocicar a vida alheia. O que pensa disso? Nem ele faz idéia do que pensar, mas sabe que seu caminho mudou por conta de suas escolhas. O viu de novo? Isso só quem pode responder é ela, mas de certo viu que é tão incerto o que fazemos que o caminhar é muito mais importante. Então, deu o primeiro passo.
Vai passar nessa avenida um samba popular. Assim vivia desde que se entendia por gente, fazia e trazia consigo a maior cultura popular que conhecia, andava aos beijos e abraços da sua memória e se orgulhava daquilo que parecia ser sua maior virtude. Maria. A verdade era Maria e sua certeza de que fazia o bem sobre o mundo e, portanto, mereceria ao menos o respeito alheio.
Vida sempre baseada nos preceitos e conceitos do nacional, sempre figurou as páginas dos melhores ambiente do samba de primeira, tida como rainha da Lapa, Mangueira, princesa da Portela, Estácio de Sá. Fazia com eximia maestria o caminho entre todos os berços da boa e clássica cultura carioca-brasileira, da qual era defensora e admiradora. Mesmo assim, via falhas no relacionamento e na vida dessa cultura, se via por diversas vezes entre as melhores e piores sensações da vida, o medo iminente de não enxergar somente o melhor disso era angustiador.
Para evitar este tipo de coisa resolveu deixar tudo de lado e estudar a fundo seu estilo fechando-se em seu pequeno universo. Virando um caso de terapia, mesmo assim, se via tão inserida que passou a se confundir com o meio e se tornou à primeira mulher formadora de um grupo, não de música, mas de cultura, coordenava tudo e vivia a emoção dos seus companheiros como se fosse a sua.
Indiferente aos anseios da vida pop foi se esquecendo do que estava ao seu lado e se fazia cada vez mais de emissária das bandeiras da vida nacional, conquistando cada vez mais adeptos e admiradores, flertes eram comuns, mas nem sempre necessários. Seus seguidores a julgavam muito feliz e muito boa pessoa, apesar de algumas amarguras e indecisões se formou uma unidade e os poucos ao seu redor entendiam suas fraquezas e franquezas, enfim, estava rodeada de bem querer.
Todavia, mesmo envolta nessa sensação que reconfortava seu espírito ele nem sempre sentia essa vontade louca de ser a melhor o tempo todo, foi largando seus sonhos aos poucos e investindo suas fichas somente nos melhores aspectos a seu ver e viveu. O que tirou disso? Ninguém ao certo sabe, mas Maria continua vivendo a esperar o momento em que terá de fato um bom motivo para adocicar a vida alheia. O que pensa disso? Nem ele faz idéia do que pensar, mas sabe que seu caminho mudou por conta de suas escolhas. O viu de novo? Isso só quem pode responder é ela, mas de certo viu que é tão incerto o que fazemos que o caminhar é muito mais importante. Então, deu o primeiro passo.
Comentários
Lembro do que voce me contou dela, na época do vestibular..a força que você deu a ela e o carinho de vocês me tocou.
Tenho irmãos,são militares, casados e mais distantes eu os sinto de mim. Eles já não residem na mesma casa que eu há tempos, ainda solteiros, mas o motivo foi pela área que escolheram.
A tendência, as vezes, é essa..distância literalmente e,em alguns casos, emocionalmente..
não sei o que eles pensam de mim, ou como me vêem atualmente. Aliás,sei um pouco,apenas..mas quem sabe, um dia, não sinta e saiba de fato como sou aos olhos deles.
O que eu sei de mim, basta e me deixa feliz.Vivo cada dia intensamente e espero que tenha deixado luz no caminho de outrem..só isso. Isso me faz feliz.