Crônica do Amor ausente.

Não estava esperando tanta coisa acontecer assim tão rápido, mas se deu conta de que enfim chegara à plenitude de sua existência. Assim continuou a pensar que era o ser mais feliz do mundo, cheio de saúde e vigor para fazer o que dera na telha. E assim Teobaldo seguiu sua vida, cheio de lamúrias, mas com toda certeza que era o melhor do mundo.

Passando por bons e maus momentos, seguia sempre em frente, porque sentia uma felicidade mesmo quando tudo dava errado, otimista sempre se via rodeado por muitas pessoas que lhe queriam bem e lhe faziam bem, muito bem. Com isso, apenas restavam a ele aventuras, desventuras, confusões, mas nunca aquele bater descompassado de coração, sempre alguma menina, sempre alguma vagina, sempre alguma fulana, que nem sempre se lembrava do nome. E foi crescendo uma vontade meio louca de se apaixonar, viver um romance, alguma aventura que o levasse a ter uma briga conjugal, ou uma "greve de sexo", ou apenas as saudades. Teobaldo via que aos poucos se sentia só sem ninguém , mesmo com todos os seu amigos ao redor.

Posto isso, ou melhor, vivido isso, saiu em busca de alguém para entregar seu coração, ou sua alma, ou sua mente, alguém que fosse de fato aquilo que se espera de uma pessoa, leal, legal, normal, fundamental, sentimental, funcional, dependente, prática, independente, irreverente, ausente, presente, exclusiva, excludente, e cheias desses paradoxos que só os apaixonados podem entender. Depois de tanta procura achou Sabrina, que tinha todas essas qualidades e uma muito superior a todas as outras: não dava a mínima para Teobaldo. Envolto então em uma teia de solidão sofrimento e tristeza, perseguia a moça e em todo momento declarava seu amor a ela, como se esperasse uma mudança repentina de atitude que levasse ambos ao amor eterno.

Foi vendo então que não bastava saber que ela era seu amor, tinha de saber se ela também se busca um amor, e foi aos poucos se desfazendo desse excesso de sentimentos, angustias, paixões, desabores, desamores e outras coisas que o levaram ao seu estado mais criativo. De repente, largou de mão seu grande amor e passou a se dedicar aos textos, hoje em dia é cronista e gosta muito de ver e ouvir estórias de amor, e sabe porque? Porque sempre se tornam um tema de uma nova crônica e sempre o fazem lembrar o quanto é inexato o amor.

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Tradução (Thiago Falosi - 07/01/2012)