Ah...Virgínia (Thiago Falosi - 07/03/2007)

Virgínia vivia intensamente sua vida, tudo que parecia novo e interessante chamava sua atenção, Virgínia sempre tinha um novo amor sempre se definia por uma pessoa intensa, sempre fora assim. Virgínia era um monte de coisas e mesmo assim sempre a atraia novos horizontes, suas vistas enxergavam muito além do que era apresentado, servia sempre de ouvido a quem quer que fosse. Imaculada aos olhos dos próximos é também fonte de pura vida mundana para muitos, tem função importante na vida dos seus, serve de pivô ou pilar para uma calma de todos.

Virgínia era ao mesmo tempo sua e de todos, não tinha seu papel definido nem para ela mesma, sabia apenas que não gostava de pertencer ao mundo em que estava inserida, sonhava em ir muito longe a não poderia ser daquele jeito, só poderia ser longe desta triste sina em que era colocada todos os dias. Mesmo assim conseguia se desenvolver bem dentro dos seus limites, ora impostos por ela ora pela escassez do espaço determinado. Virgínia era o mais feliz possível.

Prosseguindo-se a vida foi-se vendo que sua mascara de felicidade caía e se desmontava porque não tolerava mais esses disfarces e queria se lançar no vôo da vida. Visão totalmente clichê, mas era a única que se encaixava em suas metas. Suas visões e anseios não pertenciam a realidade que lhe era oferecida.

Ainda por trás desse fato vinha um jeito de ser sem jeito que a incomodava muito, tudo parecia que não estava bom, ou que ela sempre estragara tudo em que se metia, sua vida sem jeito, seu desleixo, o esbarrar contínuo no mundo faziam de sua imaginação o berço de idéias estapafúrdias que levavam a crer que ela estava pronta para destruir o mundo, sem ao menos perceber. E ainda assim continuava buscando ser e fazer feliz.

Mas Virgínia não conseguia mais levar sua vida desse jeito, tentou por vezes conversar consigo para entender sua maluquice, suas amarguras, mas não tinha resposta alguma.
Passou a tentar ver nos outros a candura e a felicidade que lhe atribuíam, viu que se esforçara da maneira mais fiel aos seus ideais, mas ainda assim não poderia fazer da sua vida uma coisa sem sentido. Ah... sem sentido não, ela só não sabia como poderia fazer suas coisas sem estragar todos os planos.

Ah...Virgínia, quem me dera uma dia poder te dizer que os planos são feitos para se estragarem, o melhor da vida é ser o que se pede a cada momento, viver é melhor que sonhar, mas planejar está fora de ver como a vida deve seguir. Ah...Virgínia, como queria te conhecer de verdade, muita verdade....

Comentários

Luana Rocha disse…
Reler esse texto me assusta em vários momentos...será? será mesmo q existam pessoas como nós dois?

Postagens mais visitadas deste blog

Tradução (Thiago Falosi - 07/01/2012)